INSS suspende contratos com Crefisa: quando a fila vira denúncia e a conta não fecha
Por: Emanuell Diniz |
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A suspensão dos contratos entre INSS e Crefisa levanta preocupações entre aposentados e pensionistas. |
Na última semana, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) tomou uma decisão rara e contundente: suspendeu, de forma cautelar, os contratos firmados com a financeira Crefisa, que havia conquistado 25 dos 26 lotes do leilão para pagamento de benefícios previdenciários entre 2025 e 2029.
O motivo? Um rastro de reclamações vindas de aposentados, pensionistas e órgãos de defesa do consumidor: coação para abertura de contas correntes, venda casada de produtos, portabilidades não autorizadas, além de filas quilométricas. O quadro mobilizou Procons, Ministério Público, OAB e a Ouvidoria do próprio INSS.
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Quando o idoso vira alvo, não cliente
Não é a primeira vez que aposentados se veem no centro de disputas bancárias. Mas o caso da Crefisa chama atenção pelo tamanho da aposta feita. Ao vencer quase todo o leilão, a financeira se colocava como protagonista no pagamento de benefícios. E é justamente aí que mora o perigo: quanto maior a concentração, maior também o risco.
O INSS reage, mas a confiança já foi abalada
A suspensão anunciada pelo presidente do INSS, Gilberto Waller, tem caráter preventivo. Afeta apenas novos pagamentos e preserva quem já recebe pela Crefisa. A lógica é simples: suspender para investigar. Até aí, correto. O problema é a insegurança gerada entre os beneficiários.
Reflexo no mercado financeiro: lição ou alerta?
A suspensão não é apenas administrativa. É um recado: respeitar o consumidor não é favor, é obrigação. O Brasil envelhece rapidamente e o público da Previdência cresce em volume e importância.
O que esperar daqui para frente?
A Crefisa terá o direito de defesa em processo administrativo. Mas o desgaste já está feito. Para os beneficiários, a mensagem é: o INSS está atento e reagiu rápido diante das denúncias.
Conclusão de quem observa o caso
O episódio mostra a necessidade de revermos a forma como o Estado delega serviços à iniciativa privada. O benefício previdenciário não pode virar moeda de troca. Respeito ao aposentado deve ser cláusula pétrea em qualquer contrato.
Editorial – Opinião: O INSS acertou ao suspender os contratos: proteger o aposentado é mais urgente do que salvar a imagem de uma instituição financeira.
📌 FAQ – Perguntas Frequentes
- A suspensão afeta quem já recebe pela Crefisa?
- Não. Os pagamentos já em andamento continuam normalmente.
- O que motivou a decisão?
- Denúncias de coação, venda casada, portabilidade não autorizada e filas nas agências.
- O que acontece agora?
- A Crefisa terá direito à defesa em processo administrativo. O INSS avaliará a continuidade ou não do contrato.

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