Justiça Suspende Regra do INSS que Liberava Empréstimos sem Autorização Judicial para Representantes Legais: Entenda o que Muda

Martelo de juiz e decisão judicial sobre mesa de tribunal, representando a suspensão da norma do INSS sobre empréstimos consignados em nome de pessoas incapazes
Decisão da Justiça suspende norma do INSS sobre empréstimos para incapazes

Uma decisão que impacta famílias e beneficiários do INSS em todo o Brasil

A Justiça Federal suspendeu uma norma do INSS que permitia que representantes legais — como pais, tutores ou curadores — contratassem empréstimos consignados em nome de pessoas incapazes sem precisar de autorização da Justiça.

Com a decisão, volta a valer a exigência de autorização judicial para proteger o patrimônio e os direitos dos beneficiários mais vulneráveis, como idosos com Alzheimer, pessoas com deficiência intelectual ou transtornos mentais.


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O que dizia a norma do INSS?

Em 2022, o INSS publicou a Instrução Normativa 136, permitindo que representantes legais fizessem empréstimos diretamente com bancos conveniados, sem apresentar autorização judicial.

Essa mudança dispensava um passo importante de proteção legal e deixou milhares de famílias preocupadas com os riscos de fraudes, abusos ou decisões financeiras mal orientadas.


O que a Justiça decidiu?

A Terceira Turma do TRF‑3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região) decidiu suspender essa norma, atendendo a um pedido do Ministério Público Federal. O entendimento do relator, desembargador Carlos Delgado, foi que:

  • O INSS excedeu sua autoridade ao criar uma regra que contraria o Código Civil;
  • Pela lei, qualquer contrato que envolva risco de prejuízo ao patrimônio de pessoas incapazes precisa passar pelo crivo da Justiça;
  • A instrução do INSS poderia colocar milhares de pessoas em situação de vulnerabilidade.

Por que isso é importante?

Essa decisão afeta diretamente pais, mães, filhos e curadores de beneficiários do INSS que não têm plena capacidade de administrar seus próprios recursos.

Entenda com exemplos:

  • Uma mãe que é curadora de um filho com deficiência só poderá fazer um empréstimo consignado após autorização de um juiz.
  • Um irmão que cuida de um idoso com demência não poderá mais fazer empréstimos em nome dele diretamente no banco.

Essa exigência ajuda a evitar fraudes, abusos e uso indevido do benefício, que muitas vezes é a única fonte de renda da pessoa protegida.


O que muda agora na prática?

  • Antes: o representante legal fazia o empréstimo direto no banco.
  • Agora: precisa de autorização judicial antes de assinar qualquer contrato.

Quais são os próximos passos?

A decisão da Justiça tem efeito imediato, mas ainda é provisória. A norma do INSS ficará suspensa até que o processo seja totalmente julgado.

Enquanto isso, o INSS está obrigado a informar todos os bancos conveniados sobre essa suspensão.


Quem se beneficia com a mudança?

  • 👪 As famílias ganham mais segurança e controle sobre decisões importantes;
  • 🧑‍⚖️ O beneficiário do INSS fica mais protegido contra dívidas que ele não pode compreender ou autorizar;
  • 🏦 Os bancos evitam contratos que depois podem ser anulados na Justiça, o que gera menos prejuízo e mais segurança jurídica.

O que diz a lei?

Segundo o Código Civil (artigos 1.749 e 1.774), é obrigatória a autorização judicial para qualquer negócio que possa comprometer financeiramente um tutelado ou curatelado.


A suspensão da norma do INSS é uma medida importante para garantir que nenhum empréstimo seja feito em nome de quem não pode decidir por conta própria, sem o devido cuidado da Justiça.

É uma vitória para a proteção social, jurídica e familiar no Brasil.


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