13º Salário 2025: como aproveitar esse extra sem cair em armadilhas (e garantir paz no fim do ano)

Outubro já está entre nós — e com ele vem aquela expectativa para muitos brasileiros: o 13º salário. Seja você um jovem no primeiro emprego com carteira assinada ou alguém que viveu anos contanto com o benefício do INSS, esse recurso extra tem capacidade de virar virada financeira ou dor de cabeça, dependendo de como for usado.
Aqui você encontrará tudo o que precisa saber: o que é, como foi conquistado, como calcular, prazos legais, dicas para usar bem (ou evitar erros), riscos de golpes, e um olhar especial sobre como o crédito do trabalhador cruza esse momento. Vamos juntos montar um plano para que seu 13º renda mais (ou pelo menos não pese).

Pessoa feliz planejando o uso do 13º salário no fim do ano
Trabalhadores e aposentados começam a se planejar para o uso do 13º salário. Imagem: Edição Delta+.



 

O que é o 13º salário — história e função social

 Origem legal e marco histórico

O 13º salário, também chamado gratificação natalina, foi instituído no Brasil pela Lei nº 4.090/1962, durante o governo João Goulart. Posteriormente foi regulamentado por decreto. Nas décadas seguintes, o direito foi reforçado: em 1988, a Constituição Federal incluiu o 13º como direito constitucional ao trabalhador (inciso VIII do Art. 7º).

Até reformas trabalhistas mais recentes, como a de 2017, não houve alterações que reduzissem ou eliminassem o 13º salário — permanece protegido como cláusula pétrea da Constituição.

 

Significado econômico e social

Do ponto de vista macroeconômico, o 13º salário interessa — e muito — ao país: ele injeta bilhões de reais no consumo, levando a impulsos prestacionais para o comércio, indústria e serviços, sobretudo no fim do ano.

Estudos apontam que, em 2024, o montante envolvidos gira em torno de R$ 321,4 bilhões — chegando a representar cerca de 3% do PIB nacional.

Esse volume tem efeito multiplicador: cada real pago gera impacto ampliado no restante da economia (vendas, produção, postos de trabalho).

No âmbito social, o 13º muitas vezes é o “alívio” de fim de ano: ajuda no pagamento de contas extras (como materiais escolares, impostos, presentes), na quitação de dívidas ou até mesmo na formação de uma pequena reserva.

Para muitas famílias de baixa renda, especialmente nas regiões menos desenvolvidas, esse recurso extra pode representar uma diferença decisiva.

 


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Quem tem direito e quando é de direito

Quem tem direito

  • Todo trabalhador com vínculo de emprego sob regime CLT (empregado urbano, rural, doméstico, avulso).
  • Aposentados e pensionistas do INSS também têm direito ao 13º, proporcional ao tempo de benefício recebido no ano.
  • Quem recebe auxílio por incapacidade temporária ou auxílio-reclusão pode ter direito proporcional.

Obs.: não têm direito ao 13º salários quem está apenas com vínculos informais, autônomos sem registro formal ou beneficiários de programas assistenciais (como Bolsa Família) ou BPC (Benefício de Prestação Continuada).

 

Tempo mínimo e proporcionalidade

Para que um mês seja considerado para fins de cálculo do 13º, o trabalhador precisa ter trabalhado no mínimo 15 dias no mês.

Se você foi admitido no meio do ano (ou saiu antes de dezembro), você receberá o 13º proporcional aos meses trabalhados (contando fração de mês se ultrapassar 15 dias).

Por exemplo: contratado em maio e trabalhou até dezembro, você teria direito a 8/12 avos do 13º.

Importante: empregado demitido sem justa causa tem direito ao 13º proporcional no acerto rescisório. Já o empregado dispensado por justa causa não tem direito ao 13º.

 


 

Como calcular o 13º salário

Mesa de trabalho com teclado de computador a mostra junto de obijetos pessoais e uma xícara de café
📊 Cálculo do 13º salário é proporcional ao tempo de trabalho e inclui médias de adicionais e comissões. Imagem: Edição Delta+.

Fórmula básica

A fórmula mais usada é:

(valor do salário bruto ÷ 12) × meses trabalhados

Assim, se você trabalhou o ano inteiro com o mesmo salário, você recebe um 13º integral, equivalente ao seu salário normal. Se trabalhou parcialmente, recebe proporcional.

Além disso, horas extras, adicionais (insalubridade, periculosidade, adicional noturno) e comissões também entram na base de cálculo, como média ou proporcional, dependendo do caso.

Itens que não entram no cálculo: benefícios como vale-refeição, vale-transporte, auxílio-alimentação (quando não configurado como salário) e Participação nos Lucros e Resultados (PLR).

Parcelas do pagamento: 1ª e 2ª

O 13º pode ser pago de duas maneiras: em duas parcelas ou em parcela única (quando permitido pela empresa).

  • Primeira parcela: deve ser paga até 30 de novembro. Corresponde a 50% do valor do 13º, sem os descontos de INSS ou IR.
  • Segunda parcela: restante do valor (outros 50%), paga até 20 de dezembro. Nesta parcela incidem os descontos legais (INSS, IRRF, etc.).

Se for pago em parcela única, esse pagamento deve ser efetuado até 30 de novembro.

Exemplos práticos

  1. Trabalhou o ano inteiro com salário de R$ 2.500,00
    • Cálculo bruto integral: (2.500 ÷ 12) × 12 = R$ 2.500,00
    • 1ª parcela (50% sem descontos): R$ 1.250,00
    • 2ª parcela: R$ 1.250,00 menos INSS e IRRF
  2. Trabalhou 8 meses com salário de R$ 3.000,00
    • Cálculo proporcional: (3.000 ÷ 12) × 8 = R$ 2.000,00
    • 1ª parcela: R$ 1.000,00 (sem descontos)
    • 2ª parcela: R$ 1.000,00 menos descontos
  3. Se no decorrer do ano houver reajuste salarial, o cálculo considera o salário vigente no momento do pagamento (ou média, conforme regras).

Descontos aplicáveis

  • INSS: Aplica-se conforme a tabela vigente de contribuição sobre o valor do 13º (geralmente na 2ª parcela).
  • IRRF (Imposto de Renda Retido na Fonte): também calculado na 2ª parcela, com base na alíquota aplicável ao valor da soma do 13º.
  • FGTS: O empregador precisa recolher o FGTS sobre a parcela do 13º (contra parte do empregador) — a contribuição do empregado não é descontada no 13º.

 


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Prazos e obrigações legais do empregador

  • A primeira parcela até 30 de novembro (ou antes se optar por parcela única).
  • A segunda parcela até 20 de dezembro.
  • Se o pagamento cair em feriado ou domingo, o empregador pode antecipar para o último dia útil anterior.
  • O atraso no pagamento pode gerar multa trabalhista e juros ao empregador.
  • Empresas devem provisionar e demonstrar corretamente no holerite os valores pagos, com detalhamento de descontos e base de cálculo.
  • Para empregados que entrarem de férias entre novembro e dezembro, pode haver possibilidade de adiantamento do 13º junto às férias, se solicitado formalmente e previsto no acordo contratual ou política da empresa.

  


 

O que fazer (e o que evitar) com o 13º salário

Imagens de pessoas nas ruas de comercio, símbolo do aquecimento nas vendas para o fim do ano
💡 Planejar o uso do 13º evita endividamento e permite aproveitar o benefício com segurança. Imagem: Agência Brasil

O que priorizar

  1. Quitar dívidas de juros altos (cartão de crédito, cheque especial)
  2. Reservar uma parte para “reserva de emergência”, se ainda não tiver
  3. Planejar gastos sazonais: material escolar, impostos, IPTU, matrícula
  4. Negociar antecipadamente descontos ou parcelas; aproveite o valor extra para garantir renegociações
  5. Investir parte (mesmo que pequena) em produtos financeiros seguros

O que evitar

  • Gastar tudo com consumismo e presentes sem planejamento
  • Aplicar em investimentos sem compreender riscos
  • Usar o 13º como dinheiro de caixa para despesas correntes, deixando outras contas fora do controle
  • Contraer dívidas novas baseadas apenas no 13º, sem verificar capacidade de pagamento
  • Cair em golpes que prometem antecipação ou “multiplicação” do 13º com juros ou tarifas abusivas

Como não cair em golpes

  • Desconfie de empresas que pedem antecipação do 13º mediante taxas elevadas ou pagamento antecipado
  • Verifique sempre a idoneidade da instituição (CNPJ, reputação, reclamações em órgãos de defesa do consumidor)
  • Não compartilhe seus dados bancários, senhas ou documentos com desconhecidos
  • Desconfie de promessas milagrosas de “rendimentos rápidos com seu 13º”
  • Confirme com o empregador ou com o RH antes de aceitar qualquer oferta de adiantamento

 


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Crédito do trabalhador e 13º: interações e desafios

Quando chega o 13º, muitos trabalhadores pensam em “limpar a casa” financeira — e não é para menos: é uma oportunidade de alívio. Mas o crédito também pode ser fator de risco.

Celular com a tela aberta na Carteira de Trabalho Digital, por onde também é possível acessar o crédito do Trabalhador
🏦 O 13º pode ajudar na quitação de dívidas, mas também exige cuidado ao buscar crédito. Imagem: Portal Gov. Foto: Marcelo Camargo

Endividamento x alívio

Para quem já está com dívidas, o 13º pode representar o momento de renegociar ou quitar parcelas, mas há o risco de que o trabalhador use esse recurso para contrair novas dívidas maiores se não calcular bem.

Crédito consignado e consignado INSS / empréstimo com 13º

Muitos bancos e instituições oferecem crédito consignado ou antecipação de 13º (em regimes especiais) como linha de financiamento. Apesar das taxas reduzidas, ainda assim incidem encargos e prazos que precisam ser avaliados com cautela.

Se você é aposentado ou pensionista do INSS, ao receber o 13º, o impacto de parcelas consignadas já em curso deve ser considerado: o desconto não pode ultrapassar o limite legal (geralmente 35% para consignados).

Endividamento excessivo pode comprometer o “extra”

Se parte significativa do seu 13º já estiver comprometida por parcelas previamente assumidas (cartões, empréstimos recorrentes), o valor restante pode não ser suficiente para as despesas sazonais, gerando sensação de “sobra zero”.

Por isso, antes de comprometer o 13º em novas dívidas ou empréstimos, simule, repense sua capacidade de pagamento e, se possível, deixe uma margem de segurança.

 


 7. Dicas finais e plano de ação

  • Comece o planejamento agora: não espere dezembro para decidir
  • Calcule o valor aproximado (use calculadoras online) e já separe compromissos fixos
  • Negocie dívidas com antecedência, aproveitando o “poder de barganha” do recurso extra
  • Defina metas claras: quanto vai para dívidas, quanto vai para reserva, quanto vai sobrar para lazer
  • Evite comprometer 100% do valor, deixe alguma margem para imprevistos
  • Revise contratos de crédito que possam usar esse período (consignados, adiantamentos, FGTS) com cuidado
  • Busque orientação profissional ou consultoria financeira, se possível

 


 

O 13º salário é uma conquista querida dos trabalhadores brasileiros, uma espécie de alívio antecipado para as contas de fim de ano — mas seu valor vai muito além do mero “extra natalino”. Ele movimenta a economia, reforça a renda das famílias e promove uma injeção anual de recursos que reverbera no comércio e nos serviços.


Porém, o poder do 13º também exige responsabilidade: calcular bem, planejar o uso, evitar armadilhas creditícias e golpes são atitudes essenciais para que esse benefício realmente trabalhe a seu favor, e não gere novas dores de cabeça.


 



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