Taxa Selic a 15%: como isso impacta seu bolso e o país

Fachada do Banco Central em Brasília

Sede do Banco Central do Brasil, órgão responsável pela política monetária e pelo controle da inflação no país. Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Você sabe o que é a Taxa Selic e como ela afeta sua vida financeira? Neste artigo completo, explicamos de forma clara como a Selic influencia os juros no Brasil, o crédito consignado, o acesso ao empréstimo, além dos impactos nos financiamentos e investimentos, como poupança e Tesouro Direto. Com base nas últimas decisões do Banco Central, mostramos por que acompanhar a Selic é essencial para quem busca economizar, investir melhor e evitar dívidas com juros altos. Um conteúdo essencial para trabalhadores, beneficiários do INSS, servidores públicos e famílias que dependem de benefícios sociais e de acesso ao crédito.


1. O que é a Taxa Selic?

A Taxa Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia) é a taxa básica de juros da economia brasileira, usada pelo Banco Central para orientar empréstimos, financiamentos e investimentos.
É definida pelo Copom, e serve como referência para toda a economia.


2. Por que a Selic aumenta ou diminui?

  • Aumenta quando o BC quer conter a inflação: juros altos freiam o consumo e a economia.
  • Diminui para estimular investimentos e consumo, impulsionando o crescimento econômico.

3. O que levou o Copom a decidir pela alta?

Em 18 de junho de 2025, o Copom elevou a Selic em 0,25 p.p., de 14,75% para 15%, o maior patamar desde 2006.
Motivos principais:

  • Inflação persistente e expectativas altas.
  • Economia ainda resiliente, com forte demanda interna.
  • Pressão por gastos do governo estimulando a economia.

4. Qual a justificativa oficial do Copom?

O Copom afirmou que o patamar atual é “significativamente contracionista” e que manterá essa postura por tempo prolongado para garantir o retorno da inflação à meta de 3%.
Também esclareceu que está pronto para retomar o ciclo de aumento se necessário, afastando o corte prematuro.


5. Quem compõe o Copom?

Copom (Comitê de Política Monetária) é formado por membros da alta cúpula do Banco Central do Brasil (BCB), entre eles o presidente. Seu principal objetivo é definir a Taxa Selic, que serve como referência para os juros da economia brasileira.

Foto dos Diretores do Banco Central do Brasil reunidos, integrantes do Comitê de Política Monetária (Copom), em sessão oficial.

Diretores do Banco Central, que integram o Comitê de Política Monetária (Copom) — Foto: Divulgação/BC

Atuais integrantes (não exaustivo):

  • Gabriel Muricca Galípolo (Presidente desde jan/2025).

  • Rodrigo Alves Teixeira
  • Diogo Abry Guillen
  • Paulo Picchetti
  • Carolina Barros
  • Otávio Dias
  • Ailton Santos
  • Renato Gomes.
 

6. Como o aumento da Selic impacta sua vida?

  • 🏦 Empréstimos e financiamentos ficam mais caros (ex: crédito consignado, cheque especial).
  • 💰 Poupança e títulos públicos rendem mais —vantagem para quem investe
  • 🏘️ Consumo desacelera: menos compras de bens e serviços, o que pode amenizar a inflação.

7. Governo x Banco Central: Tensão entre Estímulo ao Consumo e Controle da Inflação

O governo federal, costuma adotar medidas fiscais que incentivam o consumo da população — como aumento de gastos públicos, reajuste de benefícios sociais (como o Bolsa Família) e incentivos ao crédito. Essas políticas são vistas como positivas para o crescimento econômico e a inclusão social, mas têm um efeito colateral: aquecem a demanda e, consequentemente, pressionam a inflação.

Por outro lado, o Banco Central (BC) tem como principal missão manter a inflação dentro da meta. Para isso, utiliza a Taxa Selic como instrumento de política monetária, elevando os juros para conter o consumo quando os preços começam a subir.

Esse cenário cria uma tensão entre o governo e o BC. Enquanto o governo quer aquecer a economia, o BC pode ser obrigado a manter os juros altos por mais tempo para controlar a inflação. O mercado financeiro observa esse embate com atenção, pois estímulos fiscais em excesso podem atrasar o processo de queda da inflação, tornando a política monetária menos eficaz e impactando decisões de investimento, crédito e consumo.

Jan/2003: Selic inicia em 25,5%, com foco em controlar a inflação herdada.
2005–2006: Selic começa a cair, fechando 2006 em 13,25%.
2007: Juros continuam em queda e chegam a 11,25%.
2008–2009: Crise global: Selic sobe para 13,75% e depois recua para 8,75%.
2010: Recuperação econômica eleva a Selic para 10,75%.
Jan/2023: Selic inicia em 13,75%, reflexo da política anterior.
2024: Após pressões do governo, Selic começa a cair e chega a 10,50%.
2025: Mercado observa com cautela: estímulos fiscais podem afetar cortes futuros na Selic.
 

8. Quem ganha com a taxa Selic em alta?

  • Investidores de renda fixa: com títulos públicos, CDBs ou fundos DI, ganham melhores rendimentos.
  • Banco Central: fortalece sua credibilidade e capacidade de controle inflacionário.

A Taxa Selic é o principal instrumento do Banco Central para controlar a inflação no Brasil, influenciando diretamente os juros de empréstimos, financiamentos e investimentos. Nos governos do presidente Lula, observamos ciclos de elevação e redução da Selic, sempre buscando equilibrar o crescimento econômico com a estabilidade dos preços.

Atualmente, o governo federal tem adotado medidas fiscais que incentivam o consumo e ampliam benefícios sociais, o que ajuda a aquecer a economia, mas também gera pressões inflacionárias. Essa dinâmica cria um cenário de tensão entre o Executivo e o Banco Central, que precisa manter os juros elevados para domar a inflação e garantir o poder de compra da população.

Para aposentados, pensionistas e beneficiários do INSS, essa relação impacta diretamente o acesso a empréstimos consignados e o rendimento de aplicações financeiras. Juros altos podem encarecer o crédito, enquanto uma Selic mais baixa tende a estimular o consumo e o crescimento econômico, mas deve ser acompanhada com cautela para evitar a volta da alta inflação.

Por isso, entender como a Selic é definida, quais são seus efeitos e como a política fiscal do governo influencia esse processo é fundamental para tomar decisões financeiras conscientes, evitar endividamento excessivo e planejar melhor o futuro.




Postagem Anterior Próxima Postagem