A Nota da ANEC e a Falta de Ética que Virou Padrão


Artigo de opinião

A ANEC publicou mais uma nota carregada de dramatização, insinuando que o governo estaria “resistindo” ao tema dos descontos automáticos de mensalidades associativas no INSS. Mas quem acompanha o setor percebe rapidamente: o problema não é política — é narrativa mal construída e uma associação que parece ter perdido o compromisso básico com a responsabilidade.

Vamos aos fatos, porque eles desmontam qualquer tentativa de transformar uma correção técnica em disputa ideológica.

A Instrução Normativa nº 110/2020 autorizou os descontos. A partir daí, o modelo virou terreno fértil para fraude, golpe, venda enganosa e descontos que o aposentado nunca autorizou. Correspondentes sérios denunciaram isso desde o início, porque sabiam que o formato iria ruir — e manchar o setor junto.

O governo suspendeu os ACTs, o INSS determinou devoluções e o Congresso colocou ponto final na prática. Tudo de forma alinhada, transparente e previsível. E há um dado simples que derruba qualquer insinuação de resistência política: em três governos anteriores, Lula jamais permitiu desconto automático de associação no INSS. Ou seja, o que está acontecendo hoje não é novidade — é retorno à normalidade.

E onde estava a ANEC durante todo esse processo? Silenciosa.
Sem defender correspondentes.
Sem denunciar abusos.
Sem assumir o papel que uma associação deveria ter.

Agora, depois de tudo explodir, tenta se apresentar como protagonista e ainda insinua perseguição política — como se tivesse autoridade moral para isso. O que transparece é mais ressentimento do que preocupação com quem realmente atua no setor.

Enquanto a ANEC faz barulho, quem trabalha na ponta finalmente vê avanços concretos: menos desconto indevido, menos golpe e mais proteção ao aposentado. Isso não é resistência de governo. É responsabilidade pública.

Se a ANEC deseja voltar a ter relevância, precisa começar por algo simples: abandonar narrativas fantasiosas e assumir seu papel com honestidade. O setor não precisa de dramatização — precisa de ética, coerência e defesa real dos profissionais sérios que sempre souberam onde esse modelo iria parar.

Emanuell Diniz
Correspondente Bancário

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